domingo, 19 de dezembro de 2010

Introdução a Coluna Vertebral

Coluna Vertebral:
A coluna vertebral é constituída pela superposição de uma série de ossos isolados denominados vértebras. Superiormente, se articula com o osso occipital (crânio); inferiormente, articula-se com o osso do quadril ( Ilíaco ). A coluna vertebral é dividida em quatro regiões: Cervical, Torácica, Lombar e Sacro-Coccígea.
São 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e cerca de 4 coccígeas.

Curvaturas da Coluna Vertebral:
Numa vista lateral, a coluna apresenta várias curvaturas consideradas fisiológicas.
São elas: cervical (convexa ventralmente - LORDOSE), torácica (côncava ventralmente - CIFOSE), lombar (convexa ventralmente - LORDOSE) e pélvica (côncava ventralmente - CIFOSE). Quando uma destas curvaturas está aumentada, chamamos de HIPERCIFOSE (Região dorsal e pélvica) ou HIPERLORDOSE (Região cervical e lombar).
Numa vista anterior ou posterior, a coluna vertebral não apresenta nenhuma curvatura. Quando ocorre alguma curvatura neste plano chamamos de ESCOLIOSE.







Características gerais:
Corpo: É a maior parte da vértebra. É único e mediano e está voltado para frente é representado por um segmento cilindro, apresentando uma face superior e outra inferior.
FUNÇÃO: Sustentação.
Processo Espinhoso: É a parte do arco ósseo que se situa medialmente e posteriormente.
FUNÇÃO: Movimentação
Processo Transverso: São 2 prolongamento laterais, direito e esquerdo, que se projetam transversalmente de cada lado do ponto de união do pedículo com a lâmina.
FUNÇÃO: Movimentação.
Processos Articulares: São em número de quatro, dois superiores e dois inferiores. São saliências que se destinam à articulação das vértebras entre si.
FUNÇÃO: Obstrução.
Lâminas: São duas lâminas, uma direita e outra esquerda, que ligam o processo espinhoso ao processo transverso.
FUNÇÃO: Proteção.
Pedículos: São partes mais estreitadas, que ligam o processo transverso ao corpo vertebral.
FUNÇÃO: Proteção.
Forame Vertebral: Situado posteriormente ao corpo e limitado lateral e posteriormente pelo arco ósseo.
FUNÇÃO: Proteção




Características regionais:
Vértebra Cervical: Apresenta um forame no processo transverso chamado forame transverso ou forame da artéria vertebral.




Vértebra Torácica: Apresenta uma faceta articular para as costelas (fóvea costal).







Vértebra Lombar: Apresenta um processo transverso bem desenvolvido chamado apêndice costiforme. Pode ser diferenciado também por não apresentar forame no processo transverso e nem a fóvea costal.




Características individuais:
Atlas ( 1ª vértebra cervical )
A principal diferenciação desta para as outras vértebras é de não possuir corpo.
Além disso, esta vértebra apresenta outras estruturas:
* Arco Anterior - forma cerca de 1/5 do anel.
* Tubérculo Anterior
* Fóvea Dental - articula-se com o Dente do áxis (processo odontóide)
* Arco Posterior - forma cerca de 2/5 do anel.
* Tubérculo Posterior
* Massas Laterais - partes mais volumosas e sólidas do atlas e suportam o peso da cabeça.
* Face Articular Superior - articula-se com os condilos do occipital.
* Face Articular Inferior - articula-se com os processos articulares superiores da 2ª vértebra cervical (Áxis).
* Processos Transversos - encontram-se os forames transversos.

Vista Superior



Vista Inferior



Áxis ( 2ª vértebra cervical )
Apresenta um processo ósseo forte denominado Dente (Processo Odontóide)que localiza-se superiormente e articula-se com o arco anterior do Atlas.

Vista Anterior


Vista Posterior



Vértebra Proeminente ( 7ª vértebra cervical )
* Processo espinhoso longo e proeminente.




Sacro:

Na coluna vertebral encontramos também o sacro (cerca de quatro ou cinco vértebras fundidas - não móveis) e inferiormente ao mesmo, localiza-se o cóccix (fusão de 4 vértebras - não móveis).


O sacro tem a forma de uma pirâmide quadrangular com a base voltada para cima e o ápice para baixo. Articula-se superiormente com a 5ª vértebra lombar e inferiormente com o cóccix.
O sacro é a fusão de cinco vértebras e apresenta 4 faces: duas laterais, uma anterior e uma posterior.
Faces Laterais
O principal acidente das faces laterais são as faces auriculares que servem de ponto de articulação com o osso do quadril ( Ilíaco ).
Face Anterior ( Ilíaca )
É concava e apresenta quatro cristas transversais, que correspondem aos discos intervertebrais. Possui quatro forames sacrais anteriores.
Face Posterior ( Dorsal )
É convexa e apresenta os seguintes acidentes ósseos:
* Crista Sacral Mediana - apresenta três ou quatro processos espinhosos
* Crista Sacral Lateral - formada por tubérculos que representam os processos transversos das vértebras sacrais.
* Crista Sacral Intermédia - tubérculos produzidos pela fusão dos processos articulares
* Forames Sacrais Posteriores - lateralmente à crista intermédia
* Hiato Sacral - abertura ampla formada pela separação das lâminas da quinta vértebra sacral com a linha mediana posterior.
* Cornos Sacrais - tubérculos que representam processos articulares posterior da quinta vértebra sacral
Base
* Promontório
* Asas Sacrais
* Processos Articulares Superiores Direito e Esquerdo - articulam-se com a quinta vértebra lombar.
* Canal Sacral - canal vertebral do sacro.
Ápice
Articula-se com o cóccix.


Vista Anterior



Vista Posterior


Vista Lateral


Cóccix
Fusão de 3 a 5 vértebras, apresenta a base voltada para cima e o ápice para baixo.
O cóccix apresenta algumas estruturas:
* Cornos Coccígeos
* Processos Transversos Rudimentares
* Processos Articulares Rudimentares
* Corpos

Vista Anterior


Vista Posterior

Disco Intervertebral

Entre os corpos vertebrais desde a segunda vértebra cervical até o sacro, existem discos intervertebrais.

Constituído por um tecido fibroso periférico composto por tecido fibrocartilaginoso, chamado anel fibroso, e uma substância interna, elástica e macia, chamada núcleo pulposo. Os discos formam fortes articulações, permitem várias movimentos da coluna vertebral e absorve impactos.








A movimentação da coluna
O movimento entre duas vértebras envolve sempre três articulações: o disco, na frente, e as duas articulações facetarias, atrás. Esses movimentos são muito limitados, mas, a soma da pequena mobilidade de cada segmento faz com que a coluna, como um todo, possa mover-se amplamente em todas as direções.
Cada parte da coluna se move de um modo próprio, por exemplo, ao olhar para os lados, metade da rotação da cabeça se dá entre a primeira e a segunda vértebras cervicais, pois suas articulações são preparadas para isto. Os outros segmentos do pescoço não fazem tanta rotação, mas permitem movimentos bem amplos nas outras direções. Já a coluna torácica é mais rígida, pois a presença das costelas limita os movimentos. A região lombar tem boa mobilidade, menor que a do pescoço, mas suporta todo o peso da coluna.
Os discos lombares mais baixos são os que mais sofrem pressão, pois estão na base da coluna. Quando se está em pé, a carga sobre esses discos é praticamente o dobro do peso do corpo. Alguns movimentos como o simples ato de sentar ou levantar pesos podem dobrar essa carga. É por isso que a maioria das lesões por desgaste acontece nesses discos.

Algumas Patologias que mais acomete a coluna:
As doenças que acometem a coluna vertebral podem afetar a medula espinhal, as raízes nervosas e os nervos, e muitos dos seus sintomas são explicados por esse fato.
Hérnia discais lombares:
Apresentam, como quadro clínico, dor lombar (lombalgia, lumbago) freqüentemente associada a dor em choque, formigamento, perda de sensibilidade ou força em um dos membros inferiores, raramente com acometimento do controle urinário e fecal e da potência sexual. O diagnóstico é feito atualmente pelo exame clínico neurológico, e confirmado pelos exames de tomografia computadorizada e ressonância magnética de coluna lombar. Os níveis mais comumente afetados são L5/S1 e L4/L5. O tratamento consiste em analgésicos, repouso relativo, reabilitação com fisioterapia e, em alguns casos, cirurgia.
Hérnias discais torácicas:
São raras, mais freqüentemente associadas com histórico de traumatismos, e apresentam-se com dor local, dificuldade para a marcha, perda de sensibilidade em membros inferiores e perda de controle esfincteriano. O diagnóstico também é feito pelo exame neurológico e confirmado pelos exames de tomografia computadorizada e pela ressonância magnética de coluna torácica.
Hérnias discais cervicais:
Manifestam-se, geralmente, com dor cervical irradiada para membros superiores (braço e antebraço). É comum a alteração de sensibilidade nos membros superiores com sensação de formigamento e dor em choque. O diagnóstico é confirmado por ressonância nuclear magnética de coluna cervical (RNN), e o tratamento consiste em repouso, imobilização, analgesia, antiinflamatórios e fisioterapia. O tratamento não-cirúrgico alcança êxito em aproximadamente 90% dos casos. Após um período de 6 a 8 semanas de tratamento adequado, com as medidas descritas anteriormente, se o paciente não apresentar melhora significativa, está indicado o tratamento cirúrgico (discectomia).
Canal estreito lombar (estenose do canal raquídeo):
Manifesta-se com dificuldade para a marcha associada a dor lombar e em membros inferiores (o paciente refere dor ao caminhar uma certa distância e melhora ao interromper a marcha). Os distúrbios esfincterianos podem estar presentes. O diagnóstico é confirmado por raio-x, tomografia computadorizada e ressonância magnética de coluna lombar.
Canal estreito (espondilose) cervical:
Pode se manifestar da mesma forma que as hérnias discais cervicais, porém com curso mais lento (piora mais gradual) e com maior predomínio da dor cervical à movimentação. O diagnóstico é feito com auxílio de raio-x, tomografia computadorizada e ressonância magnética de coluna cervical.
Espondilolistese:
O termo espondilolistese significa o escorregamento de uma vértebra sobre a outra mais próxima. Este escorregamento ou predisposição para o mesmo pode ter várias causas. A mais comum é a congênita (relacionadas a defeitos da coluna ao nascimento) e a degenerativa (provocada por desgaste das articulações e transtornos dos discos intervertebrais). O tipo congênito é comum, sendo causa freqüente de dor na infância e adolescência. O degenerativo ocorre, em geral, após os 50 anos de idade e é mais comum em mulheres. O tratamento, em geral, é não cirúrgico com exercícios para adequado reforço dos músculos da coluna vertebral e condicionamento físico global. O uso temporário de colete/ortese atenua as crises de dor lombar.

Desvios Posturais:
HIPERLORDOSE CERVICAL: Acentuação da concavidade da coluna cervical, colocando o ponto trago para traz da linha de gravidade. É causada , geralmente pela hipertrofia da musculatura posterior do pescoço.
HIPERCIFOSE: Acentuação da convexidade da coluna torácica, colocando o ponto acromial à frente da linha de gravidade. Pode ser do tipo flexível (quando a correção pode ser obtida através de contração muscular voluntária - causada por maus hábitos posturais) ou rígida (é quando a correção já não pode ser obtida com uma simples contração muscular ou manual, devido a frequência de uma atitude cifótica - A musculatura anterior do tórax está muito hipertrofiada e a posterior está muito alongada).
HIPERLORDOSE LOMBAR: é caracterizada pela acentuação da concavidade lombar, colocando o ponto trocantérico para traz da linha de gravidade. Causada pela hipertrofia da musculatura lombar (dorsal, ilíaco dorsal, ilíaco lombar, ilio-psoas, semi-espinhal, interespinhal, rotatores, epiespinhais, intertransversais), ou por enfermidades.
COSTA PLANA: é a inexistência ou inversão de qualquer das curvaturas da coluna vertebral. Geralmente apresenta-se na coluna lombar e causada pela hipertrofia da musculatura abdominal e pela hipotonia da musculatura lombar.
ESCOLIOSES: São deformações da coluna vertebral, fazendo com que a linha espondílea não fique reta. Segundo Kapandji, 1990, há uma inclinação com uma rotação vertebral. Ex: se for escoliose direita o c volta-se para a esquerda e o alongamento (membros) volta-se para a direita.
BICO DE PAPAGAIO: Nome popular dado a Osteofitose;
A adoção de posturas erradas leva, ao longo do tempo, a lesões das articulações vertebrais. A osteofitose aparece decorrente da protrusão progressiva do anel fibroso do disco intervertebral, dando origem à formação de osteofitos cujos efeitos são agravados pela desidratação gradual do disco intervertebral, causando a aproximação das vértebras, comprimindo a raiz nervosa e causando dores.


Aguarde as próximas postagens, patologias da coluna e intervenção fisioterapêutica

Referências:

http://www.sogab.com.br/anatomia/colunavertebraljonas.htm

www.auladeanatomia.com/osteologia/coluna.htm
http://www.institutocoluna.com.br/coluna.htm#Biomecânica
http://www.cdof.com.br/fisiote2.htm

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